Ele começou no mundo das lutas aos três anos de idade no judô, experimentou a capoeira e aos quatorze anos entrou para o muay thai. Em seguida começou a treinar chão e conheceu o MMA.
Conhecido como "A Rocha", já lutou no UFC, Pride e Affliction.
Enfrentou atletas como Josh Barnett, Mark Coleman, Tank Abbott, Randy Couture e Jeff Monson.
O Blog Round Extra conversou com o carioca Pedro Augusto Rizzo, que tem no cartel 27 lutas, 18 vitórias, sendo 10 por nocaute e 04 por submissão. E hoje se prepara para seu próximo confronto contra outra lenda do MMA: Kem Shamrock.
RE - A pouco mais de um mês você venceu Gary Goodridge no Estados Unidos. A primeira luta desde sua vitória sobre Jeff Monson em setembro do ano passado. Como analisa sua atuação?
PZ - Não foi o que eu gostaria. Mas foi positiva no fato de obter mais ritmo e melhorar a confiança para as próximas lutas. Mas observando os meus treinos posso lutar muito melhor.
RE - Você vinha de duas derrotas quando venceu Jeff Monson no Bitetti Combat. E a alguns anos que não lutava no Brasil. O fato de estar lutando em casa influencia na busca pela vitória? Quais as diferenças entre em lutar aqui e no exterior?
PZ - Eu sempre achei que lutar aqui seria pior devido a ansiedade de estarem todas as pessoas que eu gosto (família e amigos) assistindo. Mas pelo contrário, foi muito melhor. Me senti mais seguro sabendo que estavam todos comigo. Foi uma sensação incrível e totalmente diferente.
RE - Aliás, no seu cartel você vem alternando entre sequências de duas vitórias por duas derrotas. E neste momento vem de vitórias. Como está sendo a preparação para mudar estes números?
PZ - Acho que números não dizem nada, acho isso uma besteira,acho simplesmente uma coincidência esse fato. Cada vitória ou derrota teve uma história diferente e um motivo pra acontecer. A próxima luta será muito importante como foram todas as outras que subi no ringue. O que posso dizer é que vou treinar muito e estar pronto para a luta.
RE - Dia 17 de julho você enfrentará Kem Shamrock na Austrália. Como imagina que será esta luta e qual estratégia para vencê-lo?
PZ - Dia 18 de julho! Eu vou pra vencer! Como sempre vou tentar nocautear ele.
RE - O MMA vem crescendo a cada dia em todo mundo, mas não temos vistos grandes eventos no Brasil. Falta investidores? Valorização do público? Na sua opinião o que falta para nosso país ser destaque neste cenário e não ser visto apenas como exportador de grande lutadores.
PZ - Eu acho que falta visibilidade. O dia que o MMA entrar na TV aberta como uma Rede Globo, ninguém segura mais. É um ESPORTE nascido aqui no Brasil que encantou o mundo todo. O brasileiro gosta de campeões, nínguem entendia de tenis antes do Guga ou de ginástica olímpica antes da Daiane, ou de volêi, futebol, etc...Com o MMA não será diferente. Só falta visibilidade.
RE - Quando lutou com Josh Barnett em 2008, estava a quase um ano sem lutar. Atribui o tempo de inatividade ao resultado negativo?
PZ - Acho que não 100%. Lógico que o longo período de inatividade influênciou bastante mas não só isso. Por ficar esse tempo fora, somado com algumas derrotas, perdi a confiança em mim mesmo. Então lutei para não perder ao invés de lutar pra ganhar. Quando sua cabeça entra nessa paranóia aí que você não ganha mesmo. Se você entra lá e pensa "vou meter a porrada nesse cara", tudo bem. Mas se você entrar pensando "não posso perder" é melhor nem subir no ringue. Aprendi isso da pior maneira, que foi perdendo.
RE - Você chegou a declarar que esta foi a pior derrota de sua carreira e dias depois ainda não conseguia dormir direito. Hoje, quase 2 anos passados, qual sua análise sobre o combate? Ainda a considera a derrota mais "dolorosa"?
PZ - Essa somada com a do Yvel que foi em seguida mas também 1 ano depois. São derrotas que até hoje penso mas fazem parte do passado. Como dizia Chico Xavier "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, todos podem começar agora e fazer um novo fim". É o que penso e tento fazer em minha vida.
RE - Gostaria de um tira-teima? Acha que uma vitória sobre Barnett curaria o sentimento da época ou hoje seria só mais uma luta?
PZ - Não acho que uma vitória hoje curaria o sentimento que senti, foi muito ruim mas aprendi com ele. Lógico que como atleta e competidor adoraria lutar novamente, pois o Josh é um grande nome e um grande desafio.
RE - Hoje temos uma nova safra de lutadores no MMA. Você está com 36 anos e retomando as atividades. Podemos dizer que você é o "Romário" dos ringues? Que apenas não consegue parar de lutar ou busca figurar entre os tops novamente?
PZ - O que me move é a competição e lutar contra os tops é que me faz levantar da cama todos os dias e ir treinar. Eu amo esse esporte e amo muito mais lutar em alto nível. Hoje me considero um atleta realizado com todas as batalhas que tive, mas se vier mais algumas vou adorar. Com certeza vou tentar figurar entre os tops novamente!! Se vou conseguir, só o futuro dirá!!
Para finalizar... nossa "rapidinha":
Com quem gostaria de lutar antes de encerrar a carreira? Não há ninguém, ainda não penso em encerrar a carreira.
Outro esporte que gosta ou pratica: Montaria
Se não fosse lutador seria... Veterinário, estudei quatro anos pra isso mas tive que parar devido as viagens para lutar.
Nos momento de lazer gosta de... Montar cavalos.... ficar na fazenda.
Inspiração: Nas lutas... Marco Ruas. Na vida... meu pai.
Desafeto: Graças á Deus nenhum. Em todos estes anos de carreira sempre fui muito bem recebido por todos e em todos os lugares.
Família: Tudo
Marco Ruas: O responsável
Deus: Tudo
RE - Gostaria de acrescentar algo? Algum agradecimento ou mensagem aos que acompanham seu trabalho?
PZ - Agradeço á minha família, meus amigos, aos que sempre torcem por mim, ao Marco Ruas, que é quem me ensinou tudo que sei, a pessoa a quem devo tudo. E a Deus pela vida maravilhosa que tenho, nem sempre são vitórias, mas isso faz parte né?! Nem sempre são vitórias, mas ainda assim tenho uma vida maravilhosa e agradeço á Ele por isso.
Muito obrigada pela atenção e boa sorte em suas próximas lutas.
Entrevista concedida em 09/06/2010